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Eu sempre achei que ser madura era sinônimo de ser séria, e isso sempre foi um dilema para mim. Desde criança, eu era a “palhacinha” da turma – brincalhona na escola, na faculdade, no trabalho e nos relacionamentos. Lembro de meus pais repetindo: “Como você é criancinha”, em um tom que fazia parecer que ser criança era algo ruim. Levava tudo na brincadeira e, para ser sincera, isso tinha seu lado negativo. Era como se eu precisasse usar meu humor para me sentir querida e amada, entende?

Quando conheci o Vinicius, ele era mais sério, mais reservado. Nunca imaginei que um cara como ele namoraria alguém como eu, tão extrovertida. Logo no namoro, durante uma discussão, ele me disse que eu deveria levar as coisas mais a sério e dar o tom certo para cada situação. Aquilo me ofendeu de um jeito que fiquei emburrada por horas.

Com o tempo, fui me fechando. Se eu contasse essa história só até aqui, pareceria até que eu vivia um relacionamento abusivo, não é? Mas a verdade é que ele estava certo – e eu não queria admitir isso. Então comecei a estudar comportamento, psicologia e filosofia e percebi meu problema: usava o “senso de humor” para evitar entrar em contato com minhas dores. Com isso, as pessoas só conheciam a “Queli divertida” e eu mantinha a “Queli verdadeira” escondida.

Esse processo de autoconhecimento me levou ao extremo oposto: tornei-me séria demais. Passei anos assim, “fechada para balanço”, acreditando que finalmente havia amadurecido. Mas só fui entender que um estado de seriedade não é o mesmo que maturidade quando a Rafaela nasceu. Ela era uma bebê séria – cansava de passear com ela e as pessoas brincarem, e nada de sorriso. Era só um bebê! E eu finalmente entendi que seriedade não mede maturidade.

Meu período puerperal foi um mergulho em busca de respostas sobre o que realmente significa ser madura. Nesse meio-tempo, me converti ao catolicismo, mudei levemente de carreira (de terapeuta holística para terapeuta de casais), e, em meio a estudos e reflexões, descobri algo que trouxe muita paz: a virtude da eutrapelia. Essa palavrinha estranha é uma virtude relacionada à modéstia, e me empenho todos os dias para alcançá-la. A eutrapelia nos ajuda a rir com leveza, sem menosprezar o outro, nem a nós mesmos. Ela surge à medida que amadurecemos, compreendendo e lidando com a realidade de forma autêntica e profunda.

Ou seja, o bom humor é essencial no amadurecimento. Podemos responder à vida com leveza, mesmo nos momentos mais difíceis, sem precisar recorrer ao humor como uma defesa.

Hoje levo essa leveza ao meu casamento, transformando momentos que antes eram secos e pesados em um espaço seguro, com afeto e estima. É libertador poder dar uma risada genuína, que ilumina o ambiente com a alegria que vem de Deus. Às vezes, lembro dos tempos de “recreadora da turma” e sinto uma pontinha de vergonha, mas isso logo passa – compreendi que ninguém está prestando tanta atenção assim no que faço ou deixo de fazer.

A eutrapelia é uma virtude que se conquista diariamente. Ao observar a realidade e responder com cuidado, aprendo também sobre temperança e prudência. Crescer e levar esse crescimento para o casamento é realmente transformador. Ontem mesmo, estávamos no sofá rindo de uma piada boba, com aquela leveza natural que é complemento de um momento agradável e íntimo, sem a necessidade de chamar atenção ou desviar de tensões.

E você, já conhecia essa virtude? Consegue encontrar leveza no seu casamento? Que tal compartilhar uma história ou momento especial que tenha trazido essa leveza para a sua vida? Vai ser muito bom poder trocar experiências e crescer juntas!

 

 

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