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Quando éramos crianças, muitas vezes testemunhávamos discussões entre nossos pais, algo comum em qualquer casal. No entanto, com nosso repertório emocional limitado naquela época, não conseguíamos entender plenamente o que estava acontecendo. Não sabíamos que desentendimentos são normais em todas as famílias e que o que acontece entre o casal deveria permanecer entre eles. Como filhos, também não tínhamos o poder de intervir ou mudar aquela dinâmica.

É natural que, em meio a essas situações, as crianças acabem tomando partido. Geralmente, elas se aliam à pessoa que acreditam estar mais vulnerável ou necessitando de ajuda. Meninas tendem a se identificar mais com os pais, enquanto meninos com as mães — embora isso não seja uma regra, é algo observado com frequência.

Essa dinâmica pode influenciar diretamente os relacionamentos futuros. Muitas mulheres, ao crescerem, buscam parceiros com características semelhantes às de seus pais. Por exemplo, se o pai era alcoólatra, é possível que elas acabem atraídas por homens que demonstram necessidade constante de ajuda, que são emocionalmente dependentes ou que apresentam algum tipo de fragilidade. Isso não significa que buscarão, literalmente, um alcoólatra, mas, de forma simbólica, podem se envolver com homens que reproduzam aquele padrão de comportamento, como dependência de substâncias, dificuldades financeiras constantes ou outros vícios, como pornografia, jogos ou drogas.

Assim, sem perceber, essas mulheres acabam revivendo a dinâmica que testemunharam na infância. E o que é ainda mais impactante: podem repetir, muitas vezes, as palavras e ações que viram em suas mães. Tudo aquilo que criticaram, temeram ou rejeitaram pode surgir novamente, trazendo à tona um ciclo que parecia encerrado.

Mas como saber se estamos repetindo a história de nossos pais? E, mais importante, como quebrar esse ciclo?

A autorreflexão é um passo fundamental. Identificar os padrões herdados exige coragem e honestidade. Muitas vezes, carregamos crenças e lealdades invisíveis que nos mantêm presos a modelos familiares disfuncionais. Reconhecer isso é o primeiro passo.

No entanto, sair desse ciclo sozinho pode ser difícil. Muitas vezes, é como estar em uma caverna escura, onde enxergar o caminho para a saída parece impossível. Buscar ajuda — seja por meio de terapia ou outro tipo de acompanhamento — é essencial para encontrar a lanterna que iluminará essa escuridão.

Com as ferramentas certas e no momento em que realmente estivermos dispostas a agir, é possível encontrar soluções e trilhar um caminho mais claro e saudável.

Aqui no blog e nas minhas redes sociais, você encontra conteúdos gratuitos que podem ajudar a refletir sobre o tema. Mas se sentir que é hora de dar um passo maior e romper com os padrões que a prendem, saiba que estou aqui para te acompanhar nesse processo.

E agora, olhando para sua própria história, me responda: em quem você sempre acreditou ser mais frágil e necessitado de ajuda — sua mãe ou seu pai?

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